Trinta e dois anos sem Érico Veríssimo... se não erro na data e nas contas....
Na fazenda de meu pai, na minha "meninice", tinha uma cavalo Tordilho... velho, mas tão velho, que diziam que meu avô tinha aprendido a andar a cavalo nele...
Mas para mim... um alazão. Era nele que montada, andando em roda de casa, que nunca fui muito corajosa, me sentia Ana Terra... Mas dizem por aí que ter mãe e vó gaúcha significa ser personagem de Érico Veríssimo, já nasce Ana Terra...
"A falta de Erico Verissimo
Falta alguma coisa no Brasil
depois da noite de sexta-feira.
Falta aquele homem no escritório
a tirar da máquina elétrica
o destino dos seres,
a explicação antiga da terra.
Falta uma tristeza de menino bom
caminhando entre adultos
na esperança da justiça que tarda
- como tarda!a clarear o mundo.
Falta um boné, aquele jeito manso,
aquela ternura contida, óleo
a derramar-se lentamente.
Falta o casal passeando no trigal.
Falta um solo de clarineta. "
Carlos Drummond de Andrade